MODA E SUSTENTABILIDADE
Uma das maiores preocupações da humanidade hoje é o aquecimento global.
O que não amedrontou e não preocupou a maioria até hoje, agora é o assunto geral.
O gelo que vai derreter, o mar que vai subir, o calor que vai aumentar... e não se vê com a efusão necessária, as soluções que todos estamos esperando (e precisando). Mas sabemos que está aí o efeito estufa e as mudanças climáticas assustam e muito.
O planeta está cansado!! O homem deveria gastar os recursos naturais de acordo com a capacidade de renovação deles, de modo a evitar seu esgotamento.
E então se fala em sustentabilidade. E esse é mesmo o único caminho que temos agora. Está na moda falar em sustentabilidade, reciclagem, renovação de energia, venda de carbono... e tem que estar mesmo, pois não temos outro caminho.
Segundo a ONU sustentabilidade “é o atendimento das necessidades das gerações atuais sem comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras”. E não tem sido bem assim.
A humanidade já consome 25% mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Se os padrões de consumo e produção se mantiverem no atual patamar, em menos de 50 anos serão necessários dois planetas Terra para atender nossas necessidades de água, energia e alimentos. Esta situação já é refletida, por exemplo, no acesso irregular à água de boa qualidade em várias partes do mundo, na poluição dos grandes centros urbanos e no
aquecimento global.
Então, alguns levantam a bandeira da preocupação: a preocupação com o impacto no meio ambiente com as formas de industrialização: como produzir melhor, em melhores condições para o meio ambiente. Precisamos de um novo modelo de crescimento, sem degradação da natureza, sem degradação do ser humano e com prosperidade justa.
Atividade econômica, meio ambiente e bem estar da sociedade formam o tripé básico onde se apóia a idéia de desenvolvimento sustentável.
E aqui estamos nós, graves pecadores da indústria que responde por um dos maiores faturamentos das indústrias mundiais: a indústria da moda. E o pior, a indústria têxtil está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, como água e combustíveis fossei. É um fardo pesado pra se carregar. Nós sabemos que os ambientalistas que tanto nos odeiam, têm certas razões em nos achincalhar quanto àqueles casacos de pele, ou nos trabalhos escravos,
ou ainda pior de lembrar, o trabalho infantil. É preciso nos redimir, fazer alguma coisa urgentemente, porque afinal concordamos com eles que isso não foi no mínimo de bom tom, no mínimo.
Mas a indústria da moda vem crescendo em penitência para abrandar esses pecados mortais: estão aparecendo os tecidos ecologicamente corretos, eventos montados com materiais recicláveis, renovação de energia, promovendo um olhar novo para valores da sociedade e melhor, para novos comportamentos de consumo.
As marcas líderes de roupas ecológicas tiveram um crescimento de 70% nas vendas em 2006.
A busca por matérias-primas alternativas e renováveis é hoje um dos principais desafios do setor.
É preciso entender algumas diferenças:
-As fibras naturais, de origem vegetal ou animal, são matérias-primas renováveis. Costumam ser mais agradáveis ao toque e absorvem melhor a umidade do corpo.
-As fibras sintéticas são derivadas do petróleo (repare na etiqueta: elas têm as iniciais po poliamida, poliéster, polietileno, polipropileno).
Um dos obstáculos encontrados é o custo mais elevado das peças prontas feitas a partir das fibras naturais.
A onda ecofashion, como vem sendo chamada , já é forte no cenário da moda, principalmente porque deixou de ser produzida por marcas desconhecidas e ganhou etiqueta de grifes renomadas.
Não é de hoje que a indústria tenta encontrar um jeito de produzir peças que não explorem os recursos naturais de forma predatória, mas é recente a confecção de roupas que caíssem no gosto do consumidor e aliassem design, tecnologia e ecologia. Agora, as 3 estão juntas no mercado. Hoje, do jeito que as coisas caminham é preciso o design, porque afinal somos do mundo fashion. É preciso tecnologia porque estamos no século XXI, mas é preciso o lado ecológico porque estragamos o planeta.
Orgânico é outra palavra da moda em destaque nesse segmento. Primeiro foram os alimentos e agora serve também para tratar as fibras que se transformam em tecidos. Para serem classificados como orgânico, o algodão, juta e bambu devem ser produzidos sem o uso de inseticidas ou pesticidas. Para se ter uma idéia do que isso significa, o cultivo de algodão pelo sistema convencional consome um quarto do inseticida produzido no mundo. Na versão orgânica, alguns agricultores usam água reciclada nas plantações para diminuir ainda mais o impacto ambiental.